Conheça o crustáceo transparente de olhos gigantes

Essas pequenas criaturas são muito maiores do que seus primeiros terrestres da família dos tatus-bolinha


Utilizando luzes LED e bastões luminosos, cientistas nas Bahamas recentemente descobriram um antigo crustáceo do fundo do mar com olhos gigantes e um corpo transparente. Embora a espécie, chamada de Booralana nickorum, tenha sido identificada só agora, essas criaturas existem no planeta há mais de 300 milhões de anos e desempenham um papel vital na manutenção do seu ecossistema.

Conforme relatado pelos pesquisadores na revista Zootaxa, a nova espécie possui um exoesqueleto rígido, um corpo segmentado e olhos grandes e compostos para encontrar presas em potencial. Como vivem nas profundezas do oceano, onde há pouquíssima luz, eles não precisam de cor ou pigmentação. Por esse motivo, apresentam um corpo branco ou até levemente translúcido.

Características físicas
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Apresentando cerca de 55 a 76 milímetros de comprimento, essas pequenas criaturas são muito maiores do que seus primeiros terrestres da família dos tatus-bolinha — que medem aproximadamente 14 milímetros. O grande tamanho do B. nickorum dá ao necrófago do fundo do mar uma vantagem enquanto espera o alimento cair de cima.

"Quanto maior eles forem, mais poderão obter qualquer refeição", disse o diretor de pesquisa e inovação do Instituto Cape Eleuthera, Nicholas Higgs, em entrevista ao site WordsSideKick.com. Segundo o pesquisador, essa é uma vantagem que permite a esses animais conseguir ficar mais tempo sem uma refeição, o que é importante dentro de um ambiente onde a comida é escassa.

A equipe descobriu o B. nickorum em profundidades entre 540 e 560 metros em uma encosta subaquática no Exuma Sound, nas Bahamas. Os espécimes foram observados de perto ao longo de duas expedições: em abril de 2014 e fevereiro de 2019, operadas pela OceanX e pelo Instituto Cape Eleuthera. Em 2019, graças às armadilhas luminosas de LED, novas informações cruciais foram levantadas.

Estudando a nova espécie
Estudando a nova espécie
Assim que os pesquisadores conseguiram examinar os espécimes recolhidos nos estudos, ficaram confiantes de que a espécie era "definitivamente diferente de tudo que já vimos antes", disse Higgs. Outros testes confirmaram que o animal se tratava de uma espécie nova, sendo nomeada em homenagem a dois membros da família do autor sênior Edward Brooks, ambos chamados Nicholas Brooks.

Estes isópodes desempenham um papel crítico no ecossistema, acelerando a decomposição de matéria vegetal ou animal para que o ecossistema mais amplo possa beneficiar destas fontes de energia. De acordo com os pesquisadores, se eles não realizassem tal função, esse material simplesmente afundaria e permaneceria preso no sedimento.

Esses crustáceos também garantem que o carbono contido na matéria orgânica que cai das águas rasas seja capturado nas profundezas do oceano durante milhares de anos. Segundo os cientistas, encontrar novas espécies como estas nos ajuda a compreender se os animais nas profundezas do oceano são endêmicos ou se se dispersam de uma região para outra ao longo do tempo.

Com mais países como as Bahamas considerando a exploração de petróleo em alto mar, Higgs acredita que expedições como as que revelaram a nova espécie são vitais para ajudar os governantes a entenderem como a perfuração pode afetar esses preciosos ecossistemas no futuro.

Fonte: megacurioso Fotos: Divulgação

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