Conheça o maior mistério da Múmias de Tarim
Quem eram as múmias da Bacia do Tarim?
Arqueologicamente fascinantes, mesmo com o passar do tempo, algumas características foram mantidas intactas, como estilos de cabelo, vestimentas e acessórios de uma cultura remota. A primeira impressão foi de que eram migrantes indo-europeus daquela época.
Mas as surpresas não pararam por aí. Quando submetidos a pesquisas modernas de DNA, os corpos bem preservados de cerca de quatro mil anos revelaram pertencer a um grupo étnico indígena da região, mas geneticamente diverso de outras populações vizinhas. Se os genes deram algumas pistas, a história e a cultura dessas pessoas ainda continuam um mistério.
Quem eram as múmias da Bacia do Tarim?
A verdade é que, embora chamados de “múmias”, esses corpos não foram submetidos a nenhum processo de mumificação em rituais funerários, como os do antigo Egito. Eles são o resultado de uma decomposição superlenta, quase inexistente, devido ao ambiente frio, seco e salgado do Tarim que é, ao mesmo tempo, uma bacia hidrográfica (sem saída para o mar) e um deserto, o Taklimakan.
As centenas de múmias já desenterradas foram datadas desde 500 a.C. até cerca de 2.100 a.C. Elas exibem cabelos louros, castanhos e ruivos, têm narizes grande e usam roupas confeccionadas de lã, pele ou couro de bovinos. A presença de feltro ou tecido sugere alguma ligação com a cultura da Europa Ocidental.
Algumas das múmias já se tornaram icônicas, como o Homem Chärchän, com mais 1,80 metro de altura, cabelo avermelhado e barba densa, enterrado com uma saia xadrez. Outro personagem de destaque é a chamada Princesa de Xiaohe, uma mulher de 3.800 anos com cabelos claros, maçãs do rosto proeminentes, cílios preservados, roupas finas e joias.
Por que as múmias se tornaram polêmicas?
As múmias foram escavadas na atual Região Autônoma Uigur de Xinjiang, predominantemente habitada pelos uigures, um grupo étnico muçulmano com língua parecida com a turca. Eles chegaram a proclamar sua independência no início do século XX, mas a China retomou o controle da região em 1949.
Como praticamente tudo se torna motivo de tensão com o governo central de Pequim, com as múmias não foi diferente. Em 2011, a China retirou múmias de uma exposição itinerante por serem muito frágeis para o transporte, acrescentando um elemento político ao destino das múmias.
Fonte: megacurioso Fotos: Divulgação