15 abril 2013

Dicas para acabar com as birras do seu filho

Poucas coisas conseguem pôr à prova a serenidade e a paciência dos pais como as birras dos filhos. O comportamento pode acontecer em qualquer fase, mas é entre 2 e 4 anos que é mais comum e esperado. Nessa idade, eles estão desenvolvendo a identidade e a vontade própria começa a se manifestar. Como são dependentes, deparam-se com limitações. "O pequeno acha que pode tudo e quando se defronta com o ‘não’ ele se frustra e perde o controle", revela a psicóloga Deborah Roz, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (SP). Ao abrir o berreiro, o seu filho quer basicamente dizer que deseja fazer as coisas à maneira dele e não como os adultos pedem. "A criança ainda não tem desenvolvida 


capacidade de saber esperar. A falta de noção de tempo a faz querer alguma coisa imediatamente e, quando não consegue, sofre um terrível desgosto", explica a psicóloga Dora Lorch, no livro Superdicas para Educar Bem Seu Filho (Ed. Saraiva). A atitude dos pais diante das explosões pode amenizar ou piorar o quadro. O importante é saber que é possível diminuir a frequência e a intensidade do comportamento, ensinando, por exemplo, formas mais adequadas de expressão. Quando as birras se tornam um hábito, elas acabam virando um traço de personalidade no futuro. 



   Veja o que fazer:


  • Nunca perca o controle:
Por mais difícil que seja manter a tranquilidade diante de um escândalo do seu filho, respire fundo, controle-se e espere que ele se acalme. Se necessário, leve-o para um local isolado. Lembre-se de que você está diante de um comportamento normal, embora desagradável. Se ele tentar se machucar durante a agitação, segure-o firme e diga que tem que se acalmar. "Acredite, essa tática dá certo e é assim que os pequenos aprendem a respeitar os outros", afirma Deborah Roz. Você deve conversar num tom amigável. Se for o caso, pode até levantá-lo do chão e pegá-lo no colo. Ele precisa entender que você o ama, mas que tal comportamento não é aceitável. Um bom artifício para desviar a atenção da birra é solicitar a ajuda da criança em alguma atividade: mostre como a colaboração dela é importante. 
  • Explique os motivos: 
Quando falar "não", conte o porquê. "Crianças não sabem para que existem regras, então precisam ouvir as razões para assimilar a informação", diz Deborah. Quanto mais ela compreender que você quer o bem dela, menos vai fazer escândalos. Mas saiba que nem sempre a criança entende que a mesma regra vale para mais de uma situação, o que vai exigir dos pais a repetição. Por exemplo: seu filho precisa saber que subir na estante é tão perigoso quanto subir na mesa. 
  • Entenda o que se passa:
Aguarde a crise acalmar para depois conversar com a criança. Pergunte o que aconteceu, ouça o que ela tem a dizer e analise se aquele comportamento é normal ou exagerado. Exemplo: se o seu pequeno abriu o berreiro porque não quer ir mais à escola, antes de levá-lo à força ou castigá-lo, compreenda o que se passa. Pode ser que algum amiguinho esteja implicando com ele e essa é a maneira que ele encontrou de evitá-lo. 
  • Dê o exemplo: 
É importante que os pais sejam um bom modelo de autocontrole. De nada adianta dizer que fazer birra é feio se quando você se irrita age batendo portas e gritando. Esse comportamento é semelhante ao da criança chorona ¬ emocional e impulsivo. "As atitudes e os comentários dos adultos são absorvidos cotidianamente pela criança", alerta Dora Lorch. Ensine respeito respeitando. 
  • Faça combinados: 
Se o seu filho está com manha para não fazer a lição de casa, ouça os motivos e envolva-o na decisão fazendo um combinado. Por exemplo: a tarefa não será feita naquela hora, mas sim antes do jantar. Levar em conta o desejo da criança cria a possibilidade para ela refletir. Ela se sente reconhecida como pessoa e aprende a se responsabilizar pelos atos. O combinado deve ter algum tipo de recompensa, se for cumprido, e de consequência, se não for. Senão o esforço não tem valor e o seu filho vai pensar que normas não precisam ser obedecidas. 
  • Seja firme no essencial: 
Existem birras que não são negociáveis. Seja firme nos seguintes assuntos: não é permitido desrespeitar os pais ou familiares e é preciso ir à escola, tomar vacina, ir ao médico, escovar os dentes... Se a criança pestanejar com alguma dessas ordens, não esmoreça: converse seriamente sobre o porquê da ordem e quais serão as consequências e cobre outra atitude dela. 
  • Não ponha medo: 
Usar ameaças mentirosas para amedrontar a criança, como dizer que vai "entregá-la para o homem do saco" não é legal. De duas uma: ou o seu filho vai ficar completamente apavorado sem conseguir obeadecer ao que está sendo pedido, ou perceberá que as ameaças não são reais e deixará de acreditar em você. O melhor é sempre dizer a verdade.
  • Não bata nem ameace: 
Às vezes a birra é tão enlouquecedora que dá até vontade de usar a força. Para os experts, um tapa não ensina, não transmite valores, não constrói pessoas reflexivas. Ameaçar bater e não cumprir é igualmente improdutivo: a criança percebe que você não faz o que diz e passa a usar isso contra. O ideal é buscar outras formas de repreensão que não a palmada. 
  • Cuidado ao castigar:
Nunca chame a atenção da criança gritando. Ressalte que existem coisas que não podem ser admitidas. Se depois da conversa seu filho continuar agindo de forma descontrolada, avise que não terá um novo diálogo e que ele irá para o castigo. Coloque-o para pensar no que aconteceu por algum tempo - sempre um minuto para cada idade. Por exemplo: se a criança tem 2 anos deixe-a no castigo por dois minutos. Outra opção é, logo após a malcriação, tirar do pequeno algo de que ele goste muito, como a TV ou o videogame. Depois do castigo aja normalmente sem se desculpar, pois essa é uma medida educativa. 
  • Elogie :
Os pais tendem a reclamar que os filhos só dão trabalho. Na verdade, eles se esquecem das coisas maravilhosas que as crianças também fazem. Elogiar é essencial para a autoestima dos pequenos. Quando o seu filho cumprir algum combinado ou entender que algo desejado não pode ser dado imediatamente, elogie a compreensão dele.

 Fonte: mdemulher