18 novembro 2025

Origem e história da festa de Halloween

A origem dessa festividade está ligada a antigas tradições pagãs, especialmente ao Samhain, um festival celta que marcava o fim da colheita


O Halloween é uma das festas mais aguardadas do ano, e vai muito além das fantasias e dos pedidos de “doce ou travessura”. Por trás das abóboras iluminadas e das decorações assustadoras, existe uma história cheia de mistérios, tradições e curiosidades que poucas pessoas conhecem.

Quer entender de onde vem essa celebração tão popular e o que ela realmente significa? Vem com a gente!

O que é o Halloween?
Halloween, ou Dia das Bruxas, é uma das celebrações mais famosas do mundo. A data, marcada por fantasias criativas, doces e histórias assustadoras, acontece todo 31 de outubro e tem um significado muito mais antigo do que parece.

A palavra Halloween vem da expressão All Hallows’ Eve, que significa “véspera do Dia de Todos os Santos”. Mas, muito antes de ser associada a abóboras iluminadas e casas enfeitadas, a comemoração já existia nas antigas Ilhas Britânicas.

Historiadores acreditam que tudo começou com o festival celta chamado Samhain, um momento de transição entre o fim do verão e o início do inverno.

Para os celtas, essa era uma época em que o mundo dos vivos e o dos espíritos se aproximavam, e por isso, faziam fogueiras e rituais para afastar energias ruins e homenagear seus antepassados.

Com o tempo, a tradição foi se misturando a costumes cristãos e ganhou o formato que conhecemos hoje, especialmente nos Estados Unidos, onde se tornou um grande evento cultural.
E claro, como quase toda boa tradição americana, acabou conquistando espaço em diversos países, inclusive no Brasil, onde o clima de mistério e diversão também tem seu lugar garantido.

Qual é a origem do Halloween?

Origem pagã

A origem dessa festividade está ligada a antigas tradições pagãs, especialmente ao Samhain, um festival celta que marcava o fim da colheita e a chegada do inverno, um período em que, segundo as crenças da época, o mundo espiritual ficava mais próximo dos vivos.

Durante essa celebração, acreditava-se que as bruxas tinham um papel importante. Elas costumavam se ungir com um bálsamo especial, que deixava a pele brilhante e o corpo leve, algo que mais tarde alimentou várias lendas sobre seus poderes misteriosos.

A famosa vassoura, por exemplo, nem sempre foi símbolo de voo. No início, era usada apenas para limpar o espaço antes dos rituais, como uma forma de purificar o ambiente.

Com o passar do tempo, a imagem da bruxa e de sua vassoura ganhou outro significado. Diz a lenda que alguém pode ter visto uma dessas mulheres saltando sobre um riacho com a ajuda do cabo da vassoura durante o All Hallows’ Eve, o que deu origem à crença de que elas voavam.

E não dá pra esquecer dos gatos pretos, figuras que também se tornaram inseparáveis do Halloween.

Muitos acreditavam que esses felinos eram espíritos de bruxas transformados em animais, enquanto outras histórias diziam que eles eram seus fiéis companheiros, ajudando-as a realizar feitiços e proteger seus segredos.

Origem cristã

A origem cristã tem uma história bem curiosa. Embora hoje a data esteja associada a fantasias e histórias assustadoras, o termo Halloween vem, como a gente já viu, de uma expressão cristã escocesa que significa “véspera de Todos os Santos”.

Nos primeiros séculos do cristianismo, era comum que as igrejas realizassem cerimônias em homenagem aos mártires e santos.

Um marco importante aconteceu em 13 de maio de 609 d.C., quando o Papa Bonifácio IV dedicou o antigo Panteão de Roma à Virgem Maria e a todos os mártires cristãos, estabelecendo um dia especial para essa comemoração.

Curiosamente, essa data coincidiu com o antigo festival romano dos mortos, chamado Lemúria, o que acabou conectando tradições pagãs e cristãs.

Com o tempo, a celebração foi se ajustando. O Papa Gregório III ampliou o feriado para incluir todos os santos e mártires, e, mais tarde, o Papa Gregório IV, em 835 d.C., oficializou a mudança da data para 1º de novembro, coincidindo com antigos festivais pagãos de fim de colheita.

Historiadores acreditam que essa escolha de datas pode ter sido influenciada tanto pelas tradições celtas quanto pelas germânicas, já que ambas celebravam, nesse período do início do inverno, festas voltadas à memória dos mortos e à renovação espiritual.

Assim, o Halloween acabou nascendo da mistura entre antigas crenças pagãs e ritos cristãos, um encontro de culturas que transformou uma simples noite de homenagens em uma das celebrações mais fascinantes e simbólicas do calendário mundial.

História do Halloween

História do Halloween nos Estados Unidos

Quem já viu filmes americanos sabe bem do papel dessa festividade: ruas decoradas com abóboras iluminadas, crianças fantasiadas batendo de porta em porta e aquele clássico “trick or treat?” (doce ou travessura?).

Mas, talvez você não saiba: o Halloween nem sempre foi assim. Ele chegou aos Estados Unidos por volta do século XIX, trazido por imigrantes irlandeses e escoceses que mantinham vivas suas tradições do antigo festival celta Samhain.

Na época, eles celebravam o fim da colheita e acreditavam que os espíritos dos mortos retornavam à Terra nessa data. Quando esses costumes cruzaram o Atlântico, começaram a se misturar com outras culturas e crenças locais, criando algo novo.

Inicialmente, o Halloween era comemorado de forma mais simples, com fogueiras, festas em vilarejos e contação de histórias sobre fantasmas e espíritos. Foi com o passar dos anos, especialmente no início do século XX, a data foi se transformando em uma festa mais leve, voltada para a diversão das crianças.

Foi nesse período que surgiram tradições como o trick or treat, as fantasias criativas, os desfiles temáticos e a decoração das casas com abóboras esculpidas, conhecidas como jack-o’-lanterns.

O boom cultural do Halloween veio mesmo com o cinema e a televisão, que ajudaram a espalhar a tradição pelo mundo. Filmes e séries ambientados nessa época do ano tornaram o feriado um verdadeiro fenômeno pop, repleto de mistério, humor e diversão.

História do Halloween no Brasil

No Brasil, o Halloween ainda não tem a mesma força que nos Estados Unidos, mas a data vem ganhando cada vez mais espaço, especialmente entre os mais jovens.

Mesmo sem fazer parte das nossas tradições originais, as festas temáticas, as fantasias e as decorações inspiradas em abóboras e bruxas se tornaram comuns, principalmente em escolas de idiomas e eventos culturais que buscam aproximar os alunos da cultura norte-americana.

Foi justamente por essa influência estrangeira que o Halloween acabou se popularizando por aqui, ainda que de forma mais tímida. Aos poucos, a data passou a fazer parte do calendário de festas em colégios, clubes e até empresas, sempre com um toque brasileiro.

Mas, para valorizar o folclore nacional, o Brasil ganhou uma celebração própria no mesmo dia: o Dia do Saci, criado em 2003 pelo Projeto de Lei Federal nº 2.762.

A ideia, portanto, era oferecer uma alternativa cultural que resgatasse personagens das nossas lendas, como o próprio Saci-Pererê, figura travessa e esperta que simboliza boa parte da imaginação popular brasileira.

O que as bruxas têm a ver com o Halloween?

As bruxas têm tudo a ver com o Halloween, e essa ligação vem de muito antes da festa ganhar o formato que conhecemos hoje.

A figura da bruxa está diretamente conectada às antigas tradições celtas, especialmente ao festival Samhain, quando se acreditava que o mundo dos vivos e o dos espíritos ficava mais próximo.

Durante essa época, muitas pessoas temiam que seres sobrenaturais vagassem pela Terra, e por isso usavam fantasias assustadoras para se proteger e confundir os espíritos. Foi aí que a imagem das bruxas, com seus feitiços e mistério, começou a se misturar à simbologia da data.

Elas representavam o poder do oculto e o contato com o desconhecido, elementos que combinam perfeitamente com o clima sombrio e mágico do Halloween.

Com o passar dos séculos, essas tradições evoluíram. O costume de se vestir de forma assustadora se manteve, mas ganhou um toque mais divertido e festivo. E a famosa tradição do “doce ou travessura” também tem suas raízes nessas crenças antigas.

Na época dos celtas, acreditava-se que oferecer comida aos espíritos ajudava a acalmá-los e evitar que fizessem travessuras. Hoje, o gesto foi transformado em uma brincadeira entre crianças, que trocam sustos por doces em uma noite repleta de diversão.

Quais são as controvérsias a respeito do Halloween?

O Halloween, apesar de ser uma das festas mais populares do mundo, também não deixa de lado algumas polêmicas e debates. Uma das principais controvérsias está ligada à sua origem pagã.

Por ter nascido de antigas tradições celtas e rituais relacionados ao Samhain, algumas pessoas e grupos religiosos veem a data com certo desconforto, associando-a a práticas místicas ou ocultas.

Mas essa não é a única questão em torno da festa, viu? Com o passar dos anos, o Halloween também se tornou um evento altamente comercial, movimentando bilhões de dólares todos os anos em fantasias, doces, decorações e festas.

Diante disso, para alguns, isso faz com que o sentido original da celebração, seja ele espiritual ou cultural, se perca em meio ao consumo e ao marketing.

Por fim, outro ponto de discussão bem importante está relacionado à apropriação cultural. Algumas fantasias, principalmente as que representam povos ou culturas específicas, têm sido criticadas por reforçar estereótipos e falta de sensibilidade cultural.

Nos últimos tempos, esse debate ganhou força, levando muita gente a repensar as escolhas de fantasias e a buscar opções mais respeitosas e criativas.

O que é o Halloween para os cristãos?

Para os cristãos, o Halloween costuma despertar opiniões bem diferentes. Em muitos casos, a data é vista com cautela ou desaprovação, já que carrega símbolos ligados à morte, ao medo e ao sobrenatural, elementos que, para algumas vertentes do cristianismo, se contrapõem aos valores de fé e luz espiritual.

Nessa visão mais tradicional, a festa seria uma forma de dar destaque a temas considerados sombrios, o que gera certa resistência em relação à sua celebração.

Por outro lado, há também cristãos que encaram o Halloween de forma mais simbólica e também mais leve, entendendo que, com o passar dos séculos, a data perdeu muito de seu sentido original pagão e se transformou em uma comemoração mais cultural do que espiritual.

Por isso, para esses grupos, participar da festa, especialmente no caso das crianças, pode ser apenas uma brincadeira inocente, voltada para a diversão, sem qualquer ligação com rituais ou crenças antigas.

Fonte: r7, Brasil Escola, Toda Matéria, BBC Brasil. Fotos: Divulgação